quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Eu desejo apenas . . .

... uma casa com varanda, no alto de uma montanha com vista para o mar.
Nela, uma cadeira de madeira feita de carvalho, com encosto pra apoiar.
Desejo um bloco de folhas alvas e um lápis pronto a escrever.
Quero ainda que a janela esteja aberta e a cortina solta a se mover.

Que somente o canto dos pássaros quebrem o silêncio ao meu redor.
Ser espreitado pelo sabiá, o bem-te-vi a siriema e o curió.
Quero observar e entender a liberdade de uma ave enquanto voa.
Ao mesmo tempo que, à sombra fresca, eu me alimente da vida à toa.

Desejo que a tarde calma e serena seja minha inspiração.
Que o céu e o mar azul sejam uma única combinação.
E ver, ao longe, a vela branca da embarcação.
Que se move como o ar puro, das minhas veias ao coração.

Que as tardes, em seu crepúsculo náutico, delimitem o horizonte.
Conduzindo o toque, no papel, do lápis, em traço forte que o desponte.
E a noite seja bem vinda, trazendo a lua de trás do monte.
Como a água que vem à tona, sainda assim de sua fonte.

Desejo que as estrelas sejam de um brilho único e perfeito.
Que pulsem como o coração batendo forte e satisfeito.
Que eu esqueça do mundo cinza, de ordem, valor e preceito.
Pois o que vale nessa vida, é o sentimento vindo do peito.

O Grande reconhecimento é a disseminação de um pensamento.

Jadelson Silva